quarta-feira, 29 de abril de 2009

Livro do Moysés

O jornalista e escritor Moysés Fernandes lança no dia 8 de maio (uma sexta-feira), das 18h30 às 22 horas, na Realejo Livros, seu primeiro livro: "Adeus mundo velho. Feliz Mundo novo".

Moysés foi meu aluno no curso de Jornalismo. Excelente aluno. Daqueles que se destacam desde os primeiros dias de aula. E foi assim até a formatura.

Além de um aluno do tipo que todo professor quer ter (consciente, culto, responsável e inteligente), com o passar do tempo, conhecemos o Moysés que, transpondo obstáculos, consegue transformar as dificuldades em sucesso e jamais admite a possibidade de fracassar.

Tenho muito orgulho de ter sido professora e ser amiga desse novo talento. "Adeus mundo velho. Feliz mundo novo" será o primeiro de muitos, muitos outros livros que ele escreverá.

Fica aqui o convite para vocês comparecerem ao lançamento do livro e conhecerem o trabalho desse jovem talento.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Foi muito... mas ainda é muito pouco

Os anos em que fui coordenadora de curso de Jornalismo me permitiram sentir na pele o quanto é difícil preparar um encontro, seminário, fórum ou seja lá o que idealizamos em nome do conhecimento. Quem já fez algo assim, conhece a dor e delícia que isso significa.

Daí, meu apoio aos organizadores do 2º Encontro de Jornalismo Ambiental da Costa da Mata Atlântica, que ocorreu sábado passado, no Senac-Santos, em comemoração a um ano de existência do Núcleo de Jornalismo Ambiental de Santos.

O tema, Mata Atlântica: conhecer para conservar, apesar de muito oportuno, não conseguiu levar para o auditório mais do que 70 pessoas - isso no início dos trabalhos.

Por volta das 17 horas, menos de um terço desse número compunha a plateia.

Fábio Olmos, com doutorado em Ciências Biológicas, com larga experiência em manejo ambiental, inventários de biodiversidade, foi um dos destaques na tarde, seguido pela jornalista Miriam Duailibi, do Instituto Ecoar, que atualmente coordena o curso de pós-graduação em Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono pelo instituto. E as belas fotos do fotógrafo especializado em meio ambiente, Du Zuppani, encantaram.

"Mas... e as políticas públicas?" - indagou uma ativista, já no final do evento. "Estou aqui, sentada, há quatro horas, esperando algo sobre políticas públicas, e nada".

Ela estava com razão. Mas, em parte.

Bem ou mal, quem passou a tarde de sábado no evento buscava aprender e também sensibilizar pessoas - sejam jornalistas, estudantes e/ou profissionais de outras áreas -, sobre a necessidade do conhecimento para a ação.

Tinha pouca gente? Tinha. Deixaram se ser discutidos assuntos importantes como as políticas públicas? Sim. Afinal, Jornalismo e políticas púbicas têm que caminhar juntos.

Mas, algo foi feito.
É o tal do trabalho de formiguinha.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

2º Encontro de Jornalismo Ambiental da Costa da Mata Atlântica

O Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e Região (NJA) realiza, no dia
25 de abril, no Senac Santos (Avenida Conselheiro Nébias, 309), a partir das 13 horas, o 2º Encontro de Jornalismo Ambiental da Costa da Mata Atlântica, em comemoração a um ano de existência do NJA. O tema será Mata Atlântica: conhecer para conservar.

O Encontro terá duas mesas-redondas, uma técnica e outra de jornalismo
ambiental. A primeira será composta por Fábio Olmos, com doutorado em
Ciências Biológicas, com larga experiência em manejo ambiental,
inventários de biodiversidade, entre outros temas correlatos. Para
dividir a mesa, Renato Marchesini, Pós-Graduado em Ecoturismo e Guia
Especializado em Atrativos Naturais pelo Ministério do Turismo.

A segunda mesa-redonda contará com a presença da jornalista Miriam
Duailibi, do Instituto Ecoar, que atualmente coordena o curso de
pós-graduação em Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono pelo
instituto. Antonio Gossi, Pesquisador com especialização em Semiótica
da Comunicação, professor da USP, também integra a mesa, que conta
ainda com o fotógrafo especializado em meio ambiente Du Zuppani.

Inscrições antecipadas no Sindicato dos Jornalistas - regional Santos, pelo telefone (13) 3219-2546 (horário comercial) ou pelo email njasantoseregiao@gmail.com informando nome, email, telefone e instituição. A entrada é franca.

O 2º Encontro de Jornalismo Ambiental da Costa da Mata Atlântica tem o
apoio do Santos e Região Convention & Visitors Bureau e do Senac
Santos, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo –
regional Santos, Unimonte, Unisanta UniSantos, e realização do Núcleo
de Jornalismo Ambiental Santos e Região (NJA).

sábado, 18 de abril de 2009

A Mídia em Debate

A Mídia em Debate será o tema de mais um "Debate Carta Maior", a ser realizado nesta próxima sexta-feira, 24 de abril. O evento acontece no Hotel Macksoud Plaza, (Alameda Campinas, 150, em São Paulo), às 19 horas, e terá entrada franca.

Estão confirmadas as participações de Laurindo Leal Filho, professor da Universidade de São Paulo-USP, Venício Lima, pesquisador da Universidade de Brasília–UnB, Luis Nassif, jornalista e de Damian Loreti, professor da Universidade de Buenos Aires – Argentina.

O debate contará com as participações especiais de Antonio Roberto Espinosa, jornalista e professor da Universidade de São Paulo–USP, e do jornalista Ivan Seixas.

A TV Carta Maior fará a transmissão do evento ao vivo.

Mais informações: falecom@cartamaior.com.br

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Acervo digital da Veja

A Abril produziu um acervo digital com todas as edições da Veja nesses
últimos 40 anos, da capa à contra-capa, incluindo todas as páginas.

Serve como fonte de consulta e garimpagem de dados. Todas as edições de
VEJA, desde o número 1 - publicada em 11 de setembro de 1968, poderão ser
consultadas na íntegra na web, em formato digital no endereço:

http://veja.abril.com.br/acervodigital/

O sistema de navegação é similar ao da revista em papel: o usuário vai
folheando as páginas digitais com os cliques do mouse.

O acervo apresenta as edições em ordem cronológica, além de contar com um
sistema de buscas que permite cruzar informações e realizar filtros por período
e editorias. Também é possível acessar um conjunto de pesquisas previamente
elaborado pela redação do site da revista, com temas da atualidade e fatos
históricos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Caçada à arte

É a vida imitando a arte?

Essa pergunta, que consta da sinópse do filme "A Caçada", de Richard Shepard, nos leva a pensar, mais uma vez, nas possibilidades que o jornalismo ofecere.

Levei esse filme para a turma do 1º módulo de Jornalismo Multimídia assistir, pelo interesse em discutirmos o trabalho do jornalista correspondente de guerra.

Baseado em fatos reais, o filme tem por cenário a Bósnia, cinco anos depois do fim da guerra.

O veterano jornalista Simon Hunt (Richard Gere), acompanhado do também experiente e amigo cinegrafista Duck (Terrence Howard) e do foca Benjamin, filho do vice-presidente da emissora de TV, segue atrás de um dos criminosos de guerra mais procurados na face da terra.

Apesar das pitadas de ficção necessárias à arte cinematográfica, "A Caçada" mostra muito sobre como fazer reportagem e quais seus principais ingredientes, que são uma equipe experiente, coesa, de qualidade e unida, onde a confiança supera obstáculos e a vontade de escrever a História mais próxima possível da verdade é a meta.

Hoje, os correspondentes de guerra não são como os mostrados no filme. Faz-se coberturas de guerra em prédios envidraçados, com todos juntos - jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos - e longe dos perigos dos mísseis.

As filmagens e fotos acontecem com a autorização das autoridades da guerra, em dias, horários e locais que eles estabelecem. Tudo muito exato e calculado por quem faz a guerra. A imprensa se utiliza algumas vezes de veículos dos exércitos, guiados por soldados, para fazer seu trabalho de campo.

Há exceções, é claro. Jornalistas e cinegrafistas ainda morrem em coberturas de guerra ao se aventurarem sozinhos por caminhos não permitidos. Mas são casos cada vez mais raros.

Os correspondentes de guerra continuam sendo muito bem pagos para faz seu trabalho, e esses profissionais continuam sendo voluntários. As empresas não podem obrigar ninguém a fazer cobertura de guerra. Nisso não houve mudanças. A adrenalina que esse tipo de cobertura oferece, comentada no filme pelo jornalista Simon, também deve ser a mesma.

E não há, na minha opinião, motivo para profissionais colocarem a vida em risco para mostrarem ao mundo as barbaridades que o homem pode cometer contra sua própria raça.
Equipamentos de última geração chegam bem próximo da barbárie, sem a perigosa proximidade do profissional da imprensa.

Do filme - que, repito, vale ser assistido também pelas implicaões políticas expostas -, fica outra análise, também interessante:

Se a arte imita a vida, a vida imita a arte, e o jornalismo retrata a vida...
Não restam dúvidas: Jornalismo é a grande arte de contar fatos reais.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Também somos responsáveis pelo lixo das TVs e Rádios

O artigo 220 da Constituição de 88 define que "os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio" (§ 5°).

Da mesma forma, as redes de televisão e emissoras de rádio funcionam por meio de uma concessão pública. Ou seja, são atividades caracterizadas como públicas.

Sendo assim, o artigo 221 da nossa Constituição institui que sua programação deve atender princípios como preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei e respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Entretanto, a regulamentação existente data dos anos 60, e por isso uma nova regulamentação deve ser discutida.

As TVs e rádios não pertencem a uma pessoa, a uma família, a uma instituição, etc. Elas funcionam sob concessão do governo, que por sua vez, é formado por representantes do povo.

Ou seja: temos nossa parcela de responsabilidade sobre o lixo e as raras coisas boas que assistimos nas TVs e ouvimos nas rádios.

Daí a importância da participação de estudantes e profissionais da Comunicação na reunião de mobilização da Comissão Pró-Conferência de Comunicação da Baixada Santista, que acontece amanhã (terça-feira), às 19 horas, na Avenida Ana Costa, 240 (em frente ao Extra).

A entrada é livre.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pró-Conferência de Comunicação da Baixada Santista discutirá as políticas de Comunicação no Brasil

Acontece dia 14 de abril (terça-feira), às 19 horas, na Avenida Ana Costa, 240 (em frente ao Extra), a reunião de mobilização da Comissão Pró-Conferência de Comunicação da Baixada Santista. A entrada é livre.

Quem convida o pessoal ligado à Comunicação Social é Isys de Palma, integrante do IVE - Instituto Vozes da Esperança.

Segundo os organizadores, a Comunicação, assim como a Educação e a Saúde, é um direito humano, tema central para o fortalecimento da democracia. Da Comunicação depende a garantia de muitos outros direitos e por isso é imprescindível o envolvimento de toda a sociedade no debate sobre políticas de comunicação no Brasil.

No Fórum Social Mundial de 2009, o presidente Lula anunciou que chamará a tão esperada Conferência Nacional de Comunicação para o fim deste ano. Desde então, jornalistas, comunicadores comunitários e militantes pela democratização da comunicação e mídia livre aguardam a convocação oficial.

Alguns estados (como RS, PR, MG e AL), regiões e cidades (como São Paulo) já estão organizados em comissões pró-conferência, que cuidarão das etapas municipais, regionais e estaduais preparatórias para o encontro nacional.

"Não podemos mais ficar no mutismo, acreditando que a não discussão em nada alterará os rumos de nossa história. Essa conferência, que vem acontecer apenas agora, 21 anos após a promulgação de nossa constituição cidadã, é um momento histórico em que a sociedade atravessa um processo de digitalização dos meios e da cultura em rede", explicam.

Questões importantes:

"Você sabia que o artigo 220 da Constituição de 88 define que "os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio" (§ 5°)? E que as redes de televisão e emissoras de rádio funcionam por meio de uma concessão pública? Ou seja, são atividades caracterizadas como públicas.

Sendo assim, o artigo 221 da nossa Constituição institui que sua programação deve atender princípios como preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei e respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Entretanto, a regulamentação existente data dos anos 60, e por isso uma nova regulamentação deve ser discutida".

Para saber mais, acesse: www.conferenciacombs.blogspot

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Não se chuta cachorro morto

Sete de abril é o Dia do Jornalista!

Foi muito gostoso receber e-mails, telefonemas e recados no Orkut, pelo fato de ser jornalista.

Amo minha profissão. A escolhi quando ainda menina, com 17 anos de idade, e não me arrependo.

Profissão é o meio que se escolhe para sobreviver, para crescer intelectual e moralmente.

Nestes mais de 30 anos como jornalista já coleciono algumas histórias particulares. Legais ou tristes, todas com a marca da superação, do crescimento interior.

O mais importante de tudo isso, porém, são as lembranças e histórias de outras pessoas, colecionadas ao longo das décadas. São agradecimentos, abraços, cartões, sorrisos daqueles que, através de reportagens ou simples notinhas que eu escrevi, obtiveram algo de bom, superaram problemas, enfim...

Ouvi também palavras rudes, portas foram batidas na minha cara, telefonemas foram desligados sem qualquer respeito e consideração; passei horas e mais horas esperando ser recebida por alguém que acabou saindo fugido, pela porta dos fundos.

Mas não me arrependo um segundo da escolha que fiz, e é por isso que tenho tanto prazer em transmitir o que aprendi da profissão aos meus alunos.

Quero vê-los melhores do que eu fui, muito melhores! É a minha tentativa de deixar uma herança, a semente de uma profissão muito importante para a sociedade, quando exercida com dignidade.

Quanto ao resto...
Àqueles que incomodamos e que buscam diminuir a importância do nosso diploma, que só falam mal de jornalistas, que nos confundem com apresentadores de programas diversionais, etc, etc. Pra vocês, de presente no dia da minha profissão, envio um ditado bem popular e bem verdadeiro:

NÃO SE CHUTA CACHORRO MORTO!

E aviso: vamos continuar vivinhos, através nas novas gerações de jornalistas, INCOMODANDO MESMO!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

STF adia julgamento de recurso contra o diploma

Inicialmente incluído para entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal na sessão desta quarta-feira (1º/04), o julgamento do Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a exigência de diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão, foi adiado. Para a FENAJ o adiamento foi positivo. A Executiva da entidade e a Coordenação da Campanha em Defesa do Diploma vão se reunir para traçar novas estratégias de continuidade do movimento.

Dirigentes sindicais acompanharam os trabalhos no Plenário do STF. Mas no credenciamento tiveram que retirar bottons e adesivos. O Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, também acompanhou a sessão, que começou com o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130, que pede a extinção da Lei de Imprensa. A continuidade do julgamento desta ação será no dia 15 de abril.

Às 16h45 desta quarta-feira a coordenação do movimento foi informada que, a pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do RE 511961, ministro Gilmar Mendes, o advogado que representa a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na ação foi oficialmente comunicado da retirada do tema da pauta. Não foi divulgada nova data para julgamento do recurso contra o diploma.

Para o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, o adiamento do julgamento do recurso contra o diploma é um sinal de que a forte mobilização dos apoiadores do diploma está revertendo o “clima do já ganhou” alardeado por empresários contrários a esta exigência para o exercício profissional do Jornalismo. “Mais uma vez os jornalistas, professores, estudantes e representantes da sociedade deram provas de capacidade de mobilização e combatividade em defesa do direito dos cidadãos à informação com qualidade”, disse.

Murillo considera que as manifestações públicas que estão ocorrendo são no sentido de que o impasse hoje existente se resolva definitivamente. “Com o apoio crescente da sociedade, este movimento vai continuar nos próximos dias. E quando for marcada nova data para o julgamento do recurso a mobilização vai ser muito maior”, acredita.

Fonte: Boletim Fenaj

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Jornalista, só com diploma

Olá, pessoal!

Neste momento tão importante para os rumos da nossa profissão, repasso um texto essencial do competente colega jornalista Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ.
O e-mail dele é: sergio@fenaj.org.br


Em 1964, há 45 anos, na madrugada de 1º de abril, um golpe militar depôs o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura de 21 anos no Brasil. Naquela época, todos os setores, inclusive o Jornalismo, e liberdades democráticas foram atingidas e sofreram por mais de duas décadas.

Em 2009, a sociedade brasileira pode estar diante de um novo golpe, mais direcionado que então. Desta vez, especificamente contra o seu direito de receber informação qualificada, apurada por profissionais capacitados a exercer o Jornalismo, com formação teórica, técnica e ética.

A exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, em vigor há 40 anos (1969/2009), encontra-se ameaçada. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará, também em 1º de abril, o recurso que questiona a constitucionalidade da regulamentação profissional do jornalista. O ataque à profissão é mais um ataque às liberdades sociais, cujo objetivo fundamental é desregulamentar as profissões em geral e aumentar as barreiras à construção de um mundo mais pluralista, democrático e justo.

É importante esclarecer: defender que o Jornalismo seja exercido por jornalistas está longe de ser uma questão unicamente corporativa. Trata-se, acima de tudo, de atender à exigência cada vez maior, na sociedade contemporânea, de que os profissionais da comunicação tenham uma formação de alto nível. Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.

O ofício de levar informação à sociedade já existe há quatro séculos. Ao longo deste tempo foi-se construindo a profissão de jornalista que, por ter tamanha responsabilidade, à medida que se desenvolveu o ofício, adquiriu uma função social cada vez mais fundamental para a sociedade. E para dar conta do seu papel, nestes quatro séculos, o Jornalismo se transformou e precisou desenvolver habilidades técnicas e teóricas complexas e específicas, além de exigir, também sempre mais, um exercício baseado em preceitos éticos e que expresse a diversidade de opiniões e pensamentos da sociedade.

Por isso, a formação superior específica para o exercício do Jornalismo há muito é uma necessidade defendida não só pela categoria dos jornalistas. A própria sociedade, recentemente, já deixou bem claro que quer jornalista com diploma. Pesquisa do Instituto Sensus, realizada em setembro de 2008, em todo o país, mostrou que 74,3 % dos brasileiros são a favor da exigência do diploma de Jornalismo. E a população tem reafirmado diariamente esta sua posição, sempre que reclama por mais qualidade e democracia no Jornalismo.

A Constituição, ao garantir a liberdade de informação jornalística e do exercício das profissões, reserva à lei dispor sobre a qualificação profissional. A regulamentação das profissões é bastante salutar em qualquer área do conhecimento humano. É meio legítimo de defesa corporativa, mas sobretudo certificação social de qualidade e segurança ao cidadão. Impor aos profissionais do Jornalismo a satisfação de requisitos mínimos, indispensáveis ao bom desempenho do ofício, longe de ameaçar à liberdade de Imprensa, é um dos meios pelos quais, no estado democrático de direito, se garante à população qualidade na informação prestada - base para a visibilidade pública dos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas.

A existência de uma Imprensa livre, comprometida com os valores éticos e os princípios fundamentais da cidadania, portanto cumpridora da função social do Jornalismo de atender ao interesse público, depende também de uma prática profissional responsável. A melhor forma, a mais democrática, de se preparar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em Jornalismo.

A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

Somos mais de 60 mil jornalistas em todo o país. Milhares de profissionais que somente através da formação, da regulamentação, da valorização do seu trabalho, conseguirão garantir dignidade para sua profissão, e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o Jornalismo praticado hoje no Brasil.

E não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos de interesses privados e motivações particulares. Os jornalistas esperam que o STF não vire as costas aos anseios da população e vote pela manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. Para o bem do Jornalismo e da própria democracia.