segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Onde estão as jornalistas?

Jornalistas se reuniram na Câmara Municipal na última sexta-feira, para o ato em defesa da exigência do diploma para o exercício profissional e em comemoração aos 66 anos de existência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

Infelizmente, como acontece na maioria das vezes em que ocorre um ato, seja uma solenidade, encontro ou reunião, as jornalistas não são convidadas a falar ou a fazer parte da mesa, ou, quando o são, não se manifestam. Lamentável para uma profissão cujos cargos são ocupados por mais de 50% de mulheres.

Fui a única jornalista a se pronunciar no ato público em defesa do diploma, e na oportunidade, cheguei a lamentar a falta de iniciativa das minhas colegas.

Abaixo, o que falei:


"Não ministrarei uma aula e tampouco proferirei um discurso. Minhas palavras serão breves. Mas, apesar disso, elas não nimimizam a importância deste ato e a relevância do mesmo para a Unimonte, a qual represento nesta noite.

São muitas as lutas trabalhistas do Sindicato dos Jornalistas, mas meus colegas jornalistas sindicalistas conhecem e podem contar essas histórias melhor do que eu.

Sou jornalista e professora universitária. E é nessa condição, de educadora, que destaco o Sindicato dos Jornalistas como um importante braço das escolas de jornalismo, na luta pela educação.

São vários os programas e as ações do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo junto à FENAJ e seus 31 sindicatos, voltados à valorização e qualificação da formação e do próprio Jornalismo.


Muitos professores de Jornalismo atuam fortalecendo lutas da categorias, se reunindo em encontros estaduais ou regionais. Aqui mesmo, em Santos, representantes das escolas de jornalismo têm-se reunido no sindicato, para intensificar a participação na Campanha Nacional em Defesa da Formação e da obrigatoriedade do Diploma.

Essa é nossa luta atual, é no que acreditamos. E não por uma simples questão corporativista, como muitos alegam.

Defedemos a diploma para o exercício do jornalismo porque, até o momento, nada nos convenceu de que um jovem, ao concluir um curso de jornalismo, sabe menos que alguém que não estudou jornalismo.

O ensino do jornalismo tem falhas, sabemos e lutamos para solucioná-las.

Mas, é imposível que diante de disciplinas teóricas como Sociologia da Comunicação, Psicologia da Comunicação, Filosofia, Ética, Análise Crítica das Mídias, Comunicação Comparada e tantas outras, além das específicas, um graduado em jornalismo esteja menos preparado para o exercício da profissãoque alguém que não estudou jornalismo.

Em um país como o nosso, tão necessitado de Educação, não acreditar nisso é, no mínimo, querer nivelar por baixo uma atividade fundamental para a sociedade.

Parabéns Sindicato dos Jornalistas, por essa e por todas as lutas da categoria".

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