quarta-feira, 27 de maio de 2009

Contribuições de Eugênio Bucci ao ensino do Jornalismo

Brilhantes e lúcidas as sugestões e argumentações do jornalista, professor e escritor Eugênio Bucci, apresentadas na terceira audiência pública da comissão de professores criada pelo MEC para rever as diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo, realizada em São Paulo, dia 18 de maio.

Bucci parte de um ponto, segundo ele, bem simples: "A imprensa cumpre uma função indispensável à democracia - antes de atender a demandas de mercado. É para a democracia, portanto, que devemos perguntar o que ela espera do jornalismo. Nesse sentido, a formação dos jornalistas deve se organizar em torno do projeto de formar profissionais capazes de entender, criticar e exercer a fiscalização do poder, de modo independente, comprometida com a verdade dos fatos e com o livre trânsito das idéias e opiniões as mais diversas. A comissão, na medida em que julgar necessário, cuidará de especificar em detalhes as habilidades e competências dos profissionais de imprensa e deverá, nessa perspectiva, estabelecer as correspondências entre essas habilidades e competências e os conteúdos oferecidos pelo curso".

Para o jornalista, esses conteúdos devem se articular em torno de sete eixos:

** Linguagens.

** Democracia e Liberdade.

** Estudos da Comunicação.

** Humanidades.

** Reportagem.

** Cultura e Crítica.

** Gestão e Negócio.


As propostas, em detalhes:

I. No eixo das Linguagens, proponho o estudo do estilo, da retórica e da lógica no texto, tanto em ficção como em não-ficção. Aí, também, incluo as linguagens audiovisuais e as técnicas da era digital, que o estudante deve conhecer, compreender e dominar na prática. Já não há sentido na divisão esquemática, hoje ainda em voga nas faculdades, que põe de um lado a disciplina de "jornalismo impresso" e, de outro, o "jornalismo online". Ainda nesse mesmo eixo deveriam comparecer a estatística e a matemática elementar. Em apoio a esse primeiro eixo, teríamos oficinas práticas de gramática e de línguas estrangeiras.

II. Em Democracia e Liberdade, a partir de matérias vindas do Direito e da Ciência Política, o aluno conheceria os fundamentos da democracia, o funcionamento dos poderes e a administração pública. Direitos Humanos, cultura da paz, políticas públicas, transparência e terceiro setor ocupariam lugar de destaque no programa. Legislações de imprensa e História da Imprensa seriam estudadas também aqui.

III. Penso que os Estudos da Comunicação, que vários especialistas consideram um campo estranho ao jornalismo, não podem faltar na formação de bons profissionais. Embora possam ser vistos também no eixo das Linguagens, os temas deste terceiro eixo merecem atenção à parte. Não há muito como escapar: a reflexão sobre os processos comunicacionais mora no âmago da consciência profissional.

IV. Todos afirmam, com razão, que o bom jornalista vem de uma boa formação humanística. A questão é como sistematizar e modelar essa formação. Assim, as Humanidades, no currículo das faculdades de jornalismo, deveriam produzir uma primeira síntese a partir do qual o estudante fosse capaz de mapear esse conhecimento e prosseguir seu aprendizado mais adiante. História, Geografia, Ciências Sociais, Filosofia (e a Ética), Psicologia e outras entrariam aqui.

V. Reportagem. Nesse eixo essencialmente prático, e de longa extensão durante o curso, o aluno se iniciaria em técnicas de apuração, contato qualificado com as fontes, investigação de contas públicas e da conduta de autoridades etc.

VI. Em Cultura e Crítica seriam vistos, em destaque, as artes, as práticas culturais e sua compreensão crítica. Naturalmente, haveria um forte entrelaçamento entre este e os eixos I, III e IV.

VII. Por fim, e aqui contrariando Pulitzer, penso que o jornalista precisa ter noções sobre governança, planejamento e liderança de equipe logo em sua primeira formação. Isso o ajudará, mais tarde, a empreender novas idéias.


Obs.: A íntegra o trabalho apresentado por Bucci encontra-se no site do Observatório da Imprensa.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Foca Virutal 2 no ar

Está no ar a 2ª edição do Foca Virtual.

Assim como na edição 1, os textos apresentam temas ligados aos assuntos solicitados na TIDIR, que estuda os meios de subsistência do ser humano na sociedade capitalista.

Os destaques da edição ficaram por conta das reportagens: 'Trabalho Formal: como conquistá-lo', de autoria do Paulo Nogueira, 'A inveja impede o sucesso', de Andressa da Silva Oliveira', além de 'Pressão exercida por flanelinhas pode estar com os dias contados', matéria do Klinger Branco.

Além dessas, as outras reportagens estão separadas por diversas editorias: Cotidiano, Desemprego, Digital, Emprego, Mendicância.
O Rodrigo Fernandes é o editor.

Acessem: focavirtual.unimonte.br

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Jornais são preferência

A pesquisa não foi feita no Brasil.

Foram entrevistados leitores, editores, anunciantes e profissionais de comunicação dos Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Holanda e Suiça. Ou seja, pessoas de países desenvolvidos.

Mas, o resultado do estudo pode vir a ser um alento ao profissionais de comunicação do Brasil, feitas as ressalvas necessárias.

Eis o fato: os leitores dos países ricos, uma população de alto poder aquisitivo e consumidora de jornais em escala, têm preferência pelos jornais no formato papel.

Os jornais impressos foram escolhidos, diga-se a verdade, tirando-se a variável preço, e igualando-os ao acesso livre da internet. Seria o mesmo que disponibilizar computadores com internet e jornais impressos na mesma sala.

Cerca de 60% das pessoas entre 16 e 29 anos escolheram os impressos, percentual que sobe para 73% entre os leitores com idade entre 50 e 64 anos.

Os estudos, feitos pela consultoria PricewaterhouseCoopers em parceria com a Associação Mundial de Jornais, aponta futuro garantido para os jornais impressos, ao contrário dos que apostam no crescente enfraquecimento dos mesmos.

Mas, e aqui no Brasil, onde a leitura de impressos - e em geral o acompanhamento de noticiosos em qualquer outra midia - ainda é muito baixa?

Bem, aqui são muitas as agravantes:
- ausência do hábito da leitura
- analfabetismo funcional
- desinteresse pela informação (há jornais disponíveis em bibliotecas públicas)
- outras preocupações como desemprego, saude etc, etc.

Excetuando-se esses e outros valores, a saida para os impressos são os anúncios, as charmosas publicidades que preenchem páginas ou cadernos inteiros - e custam verdadeiras fortunas aos olhos do trabalhador comum.

Aprendi com um ex-professor de Jornalismo que enquanto houver carros e imóveis à venda, supermercados e casas de móveis populares para anunciarem, o jornal impresso não acabará no Brasil.

Mas, e quanto à informação?

Bem...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

focavirtual.unimonte.br

A primeira edição do jornal laboratório "Foca Virtual", elaborado pela turma A do módulo "Comunicação e Sociedade"(antigo primeiro ciclo) do curso de Jornalismo Multimídia da Unimonte, já está na web. A inauguração ocorreu às 22h34 do dia 8 de maio.

Esta primeira edição do jornal digital tem como temática o TRABALHO, assunto- tema da disciplina Tidir - Trabalho Interdisciplinar Dirigido da turma A.

Todas as disciplinas ministradas neste semestre trabalham, em vários momentos e de forma integrada, com essa inquietante questão, que diz respeito aos meios de sobrevivência do ser humano.

Em matérias simples e fáceis de ler, os alunos abordam o trabalho formal, informal, subemprego e mendicância. A editora da edição de estreia é a aluna Amanda Voltolini.

O Foca Virtual é produto laboratorial da disciplina Processos e Técnicas de Jornalismo, sob a responsabilidade dos professores Helena Gomes e Wellido Teles.

Prestigiem nossos "foquinhas" e acessem:

focavirtual.unimonte.br (é sem www mesmo).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Atitude, a revista online do curso de Jornalismo da Unimonte

ATITUDE, a revista online do curso de Jornalimo da Unimonte é elaborada, da pauta à edição final - passando pelas fotografias, diagramação e revisão - pelos alunos do 7º ciclo, sob a orientação dos professores Arylce Tomaz (eu) e Sílvio Lousada.

As três edições mais recentes da ATITUDE podem ser lidas no portal da Unimonte, mais especificamente, em Produções Acadêmicas - Curso de Jornalismo ou nos sites:

www.virtual paper.com.br
www.bancadigital.com.br
http://www.bancadigital.com.br/universidades.asp

Programada em softeware da Virtual Paper Publicações Eletrônicas, a revista ATITUDE tem sistema de paginação semelhante às revistas impressas, o que facilita a leitura.

A ATITUDE tem uma linha jovem e dinâmica !!!!!!!! Vocês também vão gostar dessa publicação.


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Abertas inscrições para o 20º Curso Intensivo de Jornalismo do Estadão

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Estudantes de jornalismo que concluam o curso este ano e jornalistas formados em 2007 e 2008 podem se inscrever a partir do dia 10 de maio para o 20º Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado do Estado.

O curso será realizado, em São Paulo, entre 1º de setembro e 4 de dezembro. As fichas de inscrição publicadas pelo Estado e pelo Jornal da Tarde podem ser encontradas também na Internet (http://www.estadao.com.br/talentos).

Instituído em 1990, o programa é o primeiro do gênero reconhecido como extensão universitária em jornalismo impresso pela Universidade de Navarra/Espanha. Durante três meses, os jovens aprovados no processo de seleção têm aulas pela manhã e passam o resto do dia nas diversas áreas da empresa, principalmente a Redação.

No final do curso, patrocinado por Odebrecht, Philip Morris e VIVO, os novos profissionais integram o Banco Estado de Talentos, colocado à disposição do mercado. A maior parte deles atua hoje em grandes empresas de comunicação.

Além das 30 vagas oferecidas a brasileiros, há cinco postos adicionais colocados a disposição de universidades do Exterior.

SELEÇÃO – Cerca de 3 mil candidatos participam, anualmente, do processo de seleção para o Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado. Vários deles procedem de outros Estados e todos se reunirão, dia 2 de agosto, às 9 horas, para a prova escrita no campus Vergueiro da Unip (Rua Apeninos, 267).

A prova, elaborada pelos editores do Estado, consta de questões de conhecimentos gerais e atualidades e de um texto jornalístico, que deve ser redigido a partir de informações fornecidas pela prova. O exame seleciona 60 pré-classificados que serão convocados para entrevistas pessoais nos dias 18, 19 e 20 de agosto. A entrevista indica os 30 aprovados para o curso.

Dividido em três blocos (informação prática, informação técnica e informação geral), o Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado agrega, desde o seu início, experientes profissionais do Brasil e do Exterior. Já participaram dele, como professores visitantes, mestres de universidades da Europa e dos Estados Unidos e jornalistas do New York Times, Los Angeles Times, USA Today, Ansa e Reuters.

No bloco de informação prática, os novos profissionais simulam todas as etapas da produção jornalística, sempre acompanhados por editores do Estado. Na área de informação técnica, eles têm contato com experientes profissionais da área e, no bloco de informação geral, além de aulas de Ética, Economia, Política e Filosofia, voltadas especificamente para o jornalismo, recebem detalhes sobre as operações de uma grande empresa de comunicações, desde a produção gráfica até a administração geral e o mercado. Também participam de um seminário sobre o planejamento de carreiras profissionais.

Fonte: O Estado de São Paulo

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mídia e Paz propõe ações positivas à imprensa

Há anos me interesso por estudos que visem a mudanças nos noticiários. Eu gostaria que fossem noticiados maios fatos positivos do que negativos. E isso não é utópico.

Conheço organizações e redes internacionais, jornalistas, professores e alunos que se interessam por essas mudanças e que já agem nesse sentido. Um desses projetos reúne professores e alunos dos cursos de Comunicação da Faculdade Pitágoras, de Londrina (PR).

O grupo que compõe o Conselho Municipal de Cultura e Paz (Compaz) esteve reunido no último dia 23/04, discutindo e propondo ações para disponibilizar à imprensa regional e nacional fatos que podem ser notícia dentro do projeto Mídia e Paz.

A consolidação do projeto Mídia e Paz é um dos movimentos que abrem, este ano, as discussões em Londrina sobre a paz e antecedem a 9ª Semana Municipal da Paz de Londrina, que será realizada no final de setembro.

Na reunião ficou definido a criação de um portal que fará links com os projetos de extensão e pesquisa das universidades que já estão em an damento e colaboram com uma sociedade mais justa e que estejam alinhados com os ODMs - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

O portal estará aberto para receber propostas de pautas "positivas" que colaborarão para construção de uma cultura de paz. Além do portal se tornar um "banco de pautas", essas serão sistematicamente enviadas para veículos de comunicação como sugestão.

Os alunos dos cursos de Jornalismo, bem como de Publicidade serão envolvidos na manutenção portal.


Fonte: Metrô: jornal online Faculdades Pitágoras

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um erro a menos

Quem foi, como eu, aluna de Jornalismo e repórter provisionada no final da década de 70, conhece bem a Lei de Imprensa. Ela era vivenciada pelos profissionais de Jornalismo nas Redações, e comentada e discutida nas salas de aula.

Ouvi pela primeira vez sobre a essa lei na aula do eterno professor Esmeraldo Tarquínio. Eu e minha turma tivemos esse privilégio. Foi ele o primeiro a me conscientizar sobre as consequênicas de uma lei ditatorial para o país e seu povo.

Símbolo da ditadura - foi criada em 1967, em pleno governo militar - a Lei de Imprensa acabou, e com ela, o objetivo de cercear a liberdade de expressão para consolidar o regime autoritário de então.

Agora, prevalece a Constituição Federal e os códigos Penal e Civil para decidir ações criminais e de indenização contra jornalistas que cometam crimes de calúnia, injúria e difamação.

Uma página foi virada. Um erro, sanado.

Mas, na história do Jornalismo no Brasil há muito ainda para se corrigir.

Nossa "batalha" agora - que não é nova - é pela defesa do diploma de nível superior para o exercício do Jornalismo. A principal alegação para a extinção do diploma é a liberdade de expressão.

Ninguém é impedido de opinar nos meios de comunicação. Jornais e revistas, por exemplo, têm espaços dedicados à livre expressão de todo cidadão através de colunas denominadas Cartas dos Leitores, Leitores Reclamam etc, etc.

Os articulistas são outro exemplo de profissionais de outras áreas que se expressam pelos veículos de comunicação.

Mais do que isso, os próprios entrevistados - seiva da reportagem - exercem, no momento da entrevista, o direito à opinião.

Jornalismo é profissão. Requer embasamentos teórico e prático e sistematização de conteúdos, diante da diversidade de áreas que abrange.

Escrever bem, gostar de entrevistar e de falar não credencia ninguém a ser um profissional de Jornalismo.

Argumentar que a axigência do diploma cerceia a liberdade de expresão é tentar igualar a necessidade do conhecimento espefícico para o exercício profissional com a antiga Lei de Imprensa, essa sim, cerceadora de liberdades.

Outro erro que não podemos permitir.