terça-feira, 29 de julho de 2008

Centro de Documentação de História Oral

Uma entrevista que fiz há mais de 10 anos com o prof. Dr. Edmir Perotti, da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), foi o suficiente para que eu me entusiasmasse com a possibilidade de ver criado em Santos um Centro de Documentação da História Oral.

O Dr. Perotti coordenava já há alguns anos, na ECA/USP, um trabalho com alunos e docentes dos cursos de Educação e Comunicação que, apesar de alguns diferenciais em relação ao que projeto que um dia imaginei, tem em comum o resgate da história da cidade pela oralidade, com entrevistas com moradores, comerciantes, artistas, etc.

A história oral refere-se ao resgate da memória de determinado local, feito através de histórias contadas pelos seus habitantes, que deverão dar depoimentos, relatar experiências, suas lutas, “causos”, conhecimentos de fatos, comentários sobre o cotidiano do modo de vida em décadas passadas, com observações sobre família, amigos, colegas, configuração geográfica do espaço urbano e opiniões pessoais.

Dentre seus principais objetivos, destaco três:

1. Criar arquivos sobre as experiências passadas e presentes dos sujeitos sociais, que não são esgotadas pelos historiadores e não têm espaço na imprensa, mantendo fontes diferenciadas para pesquisas abertas a estudantes, instituições educacionais e demais interessados.

2.Trabalhar com as pessoas, valorizando suas experiências de vida, importantes para a perpetuação da história popular da cidade e/ou municípios vizinhos, com características diferenciadas das propostas dos cursos voltados à terceira idade

3. Despertar nos jovens o interesse pelas histórias (vivências) dos mais velhos.

Num trabalho de história oral, os entrevistados deverão ser pessoas com conteúdo e experiência de vida, nas mais diferentes atividades, que relembrem fatos do cotidiano que representam de alguma forma a memória popular de suas comunidades. Ex: trabalhadores de profissão em extinção (tipógrafos, datilógrafos) e outros que tenham relatos importantes de vida ligados ao desenvolvimento da cidade; e ainda: professores; feirantes; artistas (poetas, escritores, músicos); moradores de morros e outros bairros; esportistas, políticos, donas de casa, comerciantes, etc. A lista é inesgotável.

Em Santos, a única fonte que pesquisa com traços de história oral da comunidade (obtidos através de entrevistas com o povo), é o Departamento de Arquivo e Pesquisa do jornal A Tribuna.

Pelas razões comentadas aqui e por tantas outras é que, com o mesmo entusiasmo de quando ouvi o dr. Perotti falar sobre história oral, há mais de uma década, vejo hoje a iniciativa da Fundação Arquivo e Memória de Santos e da Unimonte de lançar o projeto Memória Oral, voltado ao resgate do passado da cidade.

Ele chega tarde, pois muito da rica história oral de Santos já se calou com a morte de tatos santistas que tinham o que contar. Mas, sem dúvida, enquadra-se perfeitamente no ditado popular “antes tarde do que nunca”.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Convergência de mídias

Não é preciso ter bola de cristal para adivinhar, nem ser um estudioso para concluir: o futuro é a dinâmica da interação.

Interagir já é palavra de ordem, e o jornalismo não pode se voltar a essa realidade.
Seja no telejornalismo, no radiojornalismo, nos veículos impressos e on-line, transmitir opiniões das fontes não é mais o suficiente. Além de passar a ser fonte, devemos como jornalistas, facilitar os meios de interação com o público, permitir que as pessoas se expressem, opinem, participem.

Ou seja: é preciso rever conceitos, sair da mesmice de pautas insossas, repetitivas, sem originalidade. Não somos mais meros transmissores de informação, precisamos ser criativos na busca de mecanismos de interação, de envolvimento da sociedade.

A Internet é o grande veículo para essa interação. Os web jornais exigem diálogo com o leitor, exigem pensar o usuário também com esse papel.

Cerca de 70% do tráfego da Internet é baixar, copiar e ceder. Quem baixar uma música a está copiando de outra pessoa e está sendo ao mesmo tempo copiado. Nem a TV escapa: seu futuro é ser assistida do computador, pela Internet, com o espectador contribuindo para o conteúdo.

Mas o processo não pára aí, vai mais além, ultrapassa a interatividade e ganha a convergência, a agregação. É preciso agregar conteúdos de mídias.

Alguns veículos já se posicionaram claramente sobre isso. Os jornalistas do Correio Brasiliense, através de um acordo com a Universidade de Brasília (Unb), estão participando de um curso multimídia para aprendem a trabalhar com os multimeios.

Afinal, a realidade da Redação de um veículo impresso é outra: dentro dela, ligados e conectados ininterruptamente estão a TV, o rádio, a Internet. Repórteres que antes só escreviam para o impresso, agora fazem matérias para o web jornal, e tudo vai para a Internet. É o preço do sucesso: estar interligado a várias mídias ao mesmo tempo.

De olho na convergência, as operadoras de telefonia usam o celular para ouvir música, gravar, fotografar, ver TV e transmitir notícias. Tá certo que são notícias sintéticas, com diminutos e tantas vezes pobres leads mais do que absolutos, que mal respondem ao que, quem e quando. Mas são notícias.

As redes estão aí também para receber documentários, fotos, ilustrações, exigindo aperfeiçoamento também dos jornalistas de imagem.

Estamos todo no mesmo processo de mudanças, de novos paradigmas, novas tecnologias. É necessário estarmos aptos a isso, é fundamental preparamos os futuros jornalistas para essa realidade.

Isso também se chama responsabilidade social.

sábado, 26 de julho de 2008

Nova ortografia

Uma dica importante para os estudantes e professores de Jornalismo em especial, que têm o idioma como ferramenta de trabalho: a Editora Contexto acaba de lançar uma obra única no mercado, por sua atualidade, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Já aprovado, o acordo ainda provoca muitas dúvidas. O livro, além de transcrever as novas regras na íntegra, dá exemplos concretos sobre o que muda e o que permanece na grafia das palavras.

No Jornalismo trabalhamos mais com a linguagem coloquial, a do dia-a dia, como forma de não prejudicarmos o processo de comunicação que, se desenvolvido somente na forma culta, distancia o público da mensagem - seja pela falta de cultura ou de hábito -, e na certa cria dificuldade na recepão da informação.

Exceções costumam ser os editoriais dos jornais impressos. Mas, quem são os leitores dos editoriais? Uma palavra recebida como "difícil", que possa truncar o fluxo da mensagem, costuma levar o leitor/telespectador/ouvinte ao desinteresse.

Não costumamos aceitar o que não entendemos. E no corre-corre da vida, quem tem tempo, por exemplo, de parar a leitura de uma notícia para procurar o significado de alguma ou várias palavras no dicionário, retornando depois ao texto?

Caetano Veloso já chamava a atenção para o que ocorre com o que não é parte do nosso cotidiano na letra de Sampa, ao afirmar: "Narciso acha feio o que não é espelho". E quem quer conviver com o que não entende, com o que acha feio, com o que é distante da sua realidade?

Eis aí um motivo a mais para nos preocuparmos com o processo de atualização da ortografia da língua portuguesa, nos aprofundarmos no assunto.

Afinal, conhecer, escrever e falar corretamente a Língua Portugusa é peça fundamental da nossa profissão. É o que nos ajuda na aproximação com a comunidade, na transmissão da informação que, se bem utilizada, favorece às análises que geram ações de transformação social.

E como é bom quando conseguimos isso, gente. Não importa em que nível, em qual quantidade e extensão, o fato é que é uma grande realização profissional.

Até mais.

Regulametação da profissão

Olá, turma:

O Ministério do Trabalho instituiu ontem,(25) um grupo de estudo para propor alterações na legislação a fim de regulamentar a profissão de jornalista.

A comissão, criada por meio da Portaria n.º 342 publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União, "terá três integrantes do Ministério do Trabalho, três representantes das categorias profissionais e três representantes das categorias econômicas".

O grupo tem 90 dias para apresentar relatório final ao ministério.

Fontes: Agência Brasil/Sindicato é pra lutar.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Nivelar por baixo

A obrigatoriedade ou não da formação superior específica para o exercício do jornalismo deverá ser decidida em agosto, por 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

Espera-se que o Recurso Extraordinário do Ministério Público Federal que questiona a regulamentação profisssional que entrará em pauta no Supremo Tribunal Federal, ponha um fim satisfatório à novela sobre jornalistas não precisarem de faculdade para o exercício profissional. Uma história que se arrasta desde outubro de 2001,fruto de uma ação jurídica movida na 16ª Vara Cível da Justiça de São Paulo pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo.

Os sindicato dos jornalistas profissionais e a Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj, vêm ao longo desses anos travando uma verdadeira luta pela manutenção do diploma. Entre reconsiderações, recursos, instâncias, o diploma deixou de ser exigência, voltou a ser obrigatório, e novamente perdeu validade para o exercício da profissão em novembro de 2006.

Tento ler e ouvir o máximo de informações, análises e opiniões sobre a questão.
Primeiro, porque sou jornalista profissional diplomada há 30 anos, militante na profissão desde o segundo ano de faculdade. Meu primeiro registro em carteira de trabalho é na função de repórter provisionada da Empresa Folha da Manhã S.A.
Segundo: sou professora universitária em um curso de Jornalismo há 11 anos.

Para ser jornalista cursei uma faculdade de Jornalismo; para ser professora universitária, fiz mestrado em Educação, com ênfase no ensino superior.
Ou seja: fui buscar conhecimeno específico para atuar nas duas profissões que exerço. É uma questão de respeito a mim mesma e àqueles que dependem do que transmito a eles em algum momento.

Minha dissertação de mestrado analisou examatamente o analfabetismo funcional nos primeiros ciclos dos cursos de jornalismo da Baixada Santista e até que ponto a leitura de jornais poderia ajudar a eliminar ou minimizar esse problema, fruto direto do ensino básico falho e fraco que a maioria dos brasileiros recebe e de processos seletivos fantasiosos.

Não é minha intenção discutir aqui questões econômicas, de qualidade do ensino superior, liberdade de expressão, defesa da categoria, e nem mesmo por que as redes de TV teimam em querer colocar atores e atrizes de rosto bonito e corpos esculturais no lugar de jornalistas.

Minhas palavras serão curtas e breves, até porque existem pessoas muito mais abalizadas para isso. Querem saber a opinião de algumas? Entrem no site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (www.jornalistasp.org.br) ou no site da Fenaj (www.fenaj.br) e leiam a última edição do Unidade, o jornal dos jornalistas.

Quanto a mim, nos 11 anos de vivência em salas de aula, já ouvi incontáveis e as mais variadas perguntas. Tento reponder a todas, e se não sei a resposta, vou estudar, pesquisar, para depois voltar ao assunto. Quero e preciso aprender, sempre. É uma questão ética, de escolha de vida.

Porém, não consigo responder, nem a mim mesma, à indagação: por que, num país tão miserável de cultura e educação (e tantas outras necessidades básicas) como o nosso, há ainda quem pense em nivelar uma profissão, seja ela qual for, por baixo?

Até amanhã.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Mudanças

Olá, pessoal!

Nos próximos dias, o blog estará passando por mudanças. Elas acontecerão porque quero incentivar ainda mais a participação dos estudantes e professores de Jornalismo na discussão de temas importantes sobre o ensino e a prática profissional.
Até lá.

Sobre jornalistas e a ética

Diferentes autores apresentam definições sobre ética, e todos têm em comum a preocupação com a proteção ao ser humano, à sociedade. É sob esse prisma que o jornalista deve pautar sua conduta.

Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume; a segunda também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter. Moral é a tradução latina da palavra.

“Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom”.
Moore GE. Princípios Éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975:4

(...) “A Ética se ocupa e pretende a perfeição do ser humano”.
Clotet J. Una introducción al tema de la ética. Psico 1986;12(1)84-92.

“A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral)”.
Singer P. Ethics. Oxford: OUP, 1994:4-6.

“Kierkegaard e Foucault diziam que a ética grega é uma estética, ou uma poética, preocupando-se com a arte de viver, com a elaboração de uma vida bela e boa”.
Valls ALM. in: Ética e Contemporaneidade



Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros

Capítulo I - Do direito à informação

Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.

Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:

I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.

II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;

III - a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com a responsabilidade social inerente à profissão;

IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, é uma obrigação social.

V - a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à comissão de ética competente, garantido o sigilo do denunciante.

Capítulo II - Da conduta profissional do jornalista

Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética.

Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.

Art. 5º É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte.

Art. 6º É dever do jornalista:

I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;

II - divulgar os fatos e as informações de interesse público;

III - lutar pela liberdade de pensamento e de expressão;

IV - defender o livre exercício da profissão;

V - valorizar, honrar e dignificar a profissão;

VI - não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha;

VII - combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercidas com o objetivo de controlar a informação;

VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão;

IX - respeitar o direito autoral e intelectual do jornalista em todas as suas formas;

X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;

XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;

XII - respeitar as entidades representativas e democráticas da categoria;

XIII - denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades e, quando for o caso, à comissão de ética competente;

XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 7º O jornalista não pode:

I - aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou passivamente para a precarização das condições de trabalho;

II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação;

III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias;

IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais;

V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

VI - realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas;

VII - permitir o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas;

VIII - assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não tenha participado;

IX - valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais.

Capítulo III - Da responsabilidade profissional do jornalista

Art. 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela alteração será de seu autor.

Art 9º A presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística.

Art. 10. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com responsabilidade.

Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:

I - visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;

II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;

III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;

Art. 12. O jornalista deve:

I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas;

II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público;

III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar;

IV - informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções;

V - rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações;

VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;

VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e cultural;

VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil, respeitando a diversidade e as identidades culturais;

IX - manter relações de respeito e solidariedade no ambiente de trabalho;

X - prestar solidariedade aos colegas que sofrem perseguição ou agressão em conseqüência de sua atividade profissional.

Capítulo IV - Das relações profissionais

Art. 13. A cláusula de consciência é um direito do jornalista, podendo o profissional se recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de Ética ou que agridam as suas convicções.

Parágrafo único. Esta disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para que o jornalista deixe de ouvir pessoas com opiniões divergentes das suas.

Art. 14. O jornalista não deve:

I - acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões justificadas, vier a exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve receber a remuneração correspondente ao trabalho extra;

II - ameaçar, intimidar ou praticar assédio moral e/ou sexual contra outro profissional, devendo denunciar tais práticas à comissão de ética competente;

III - criar empecilho à legítima e democrática organização da categoria.

Capítulo V - Da aplicação do Código de Ética e disposições finais

Art. 15. As transgressões ao presente Código de Ética serão apuradas, apreciadas e julgadas pelas comissões de ética dos sindicatos e, em segunda instância, pela Comissão Nacional de Ética.

§ 1º As referidas comissões serão constituídas por cinco membros.

§ 2º As comissões de ética são órgãos independentes, eleitas por voto direto, secreto e universal dos jornalistas. Serão escolhidas junto com as direções dos sindicatos e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), respectivamente. Terão mandatos coincidentes, porém serão votadas em processo separado e não possuirão vínculo com os cargos daquelas diretorias.

§ 3º A Comissão Nacional de Ética será responsável pela elaboração de seu regimento interno e, ouvidos os sindicatos, do regimento interno das comissões de ética dos sindicatos.

Art. 16. Compete à Comissão Nacional de Ética:

I - julgar, em segunda e última instância, os recursos contra decisões de competência das comissões de ética dos sindicatos;

II - tomar iniciativa referente a questões de âmbito nacional que firam a ética jornalística;

III - fazer denúncias públicas sobre casos de desrespeito aos princípios deste Código;

IV - receber representação de competência da primeira instância quando ali houver incompatibilidade ou impedimento legal e em casos especiais definidos no Regimento Interno;

V - processar e julgar, originariamente, denúncias de transgressão ao Código de Ética cometidas por jornalistas integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal da FENAJ, da Comissão Nacional de Ética e das comissões de ética dos sindicatos;

VI - recomendar à diretoria da FENAJ o encaminhamento ao Ministério Público dos casos em que a violação ao Código de Ética também possa configurar crime, contravenção ou dano à categoria ou à coletividade.

Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.

Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.

Art. 18. O exercício da representação de modo abusivo, temerário, de má-fé, com notória intenção de prejudicar o representado, sujeita o autor à advertência pública e às punições previstas neste Código, sem prejuízo da remessa do caso ao Ministério Público.

Art. 19. Qualquer modificação neste Código só poderá ser feita em congresso nacional de jornalistas mediante proposta subscrita por, no mínimo, dez delegações representantes de sindicatos de jornalistas.

Vitória, 04 de agosto de 2007.
Federação Nacional dos Jornalistas

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Jornalistas negras

Dandara! é nome da revista que trata da inserção das jornalistas negras nos meios de Comunicação da Baixada Santista, tema central do TCC da alunas Carolina Ferreira, Elys Paula Santiago e Vera Lúcia Oscar, do curso de Jornalismo da Unimonte.

Com competência, apurado senso jornalístico e bom gosto, elas mostram o caminho percorrido pelas mulheres negras da região que optaram pelo Jornalismo como profissão. Apresentado em novembro de 2007, o trabalho recebeu elogios dos mais diversos segmentos.

Negros no Jornalismo também foi tema de uma grande reportagem do Unidade, jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, edição de maio de 2008. A matéria, a exemplo do que Carolina, Elys e Vera mostram nas reportagens da revista Dandara!, destaca o espaço conquistado em São Paulo pela persistência dos nossos colegas que ainda são minoria em todas as mídias.

O número de jornalistas negros no Brasil ainda é tão pequeno que dificulta a obtenção de dados específicos. Pesquisa do Sindicato dos Jornalistas aponta que em levantamento de 2001, de um total de 20.952 profissionais contratados no País, apenas 252 (1,2%) identificam-se como negros.

Veja algumas das páginas da revista Dandara!













quinta-feira, 17 de julho de 2008

Alunos no mercado de trabalho

Olá pessoal!

Dá o maior orgulho constantemente acrescentar o nome de mais um dos meus alunos nesta relação, que fiz para mostrar onde eles estão estagiando e já pondo em prática o que aprendem.

  • Moysés Fernandes: editor e repórter do jornal on line PáginaDois.
  • Viviane de Jesus Silva: repórter estagiária da Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santos (Saúde).
  • Fernanda Cavalcanti: repórter estagiária da Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santos.
  • Alex Fernandes: repórter estagiário da Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santos.
  • Diego Luis Amaral: repórter estagiário da Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santos.
  • Caroline Binato: repórter estagiária da Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Praia Grande.
  • Camille de Paula: repórter estagiária do jornal Acontece - Cubatão.
  • Guilherme Corbelli Pradella: produtor de telejornalismo TVB - Santos.
  • Bruno Santana do Nascimento: repórter estagiário da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de São Vicente.
  • Ivan Diniz Belmudes: repórter estagiário do Jornal Diário do Litoral; plantonista e comentarista da rádio Gazeta do Litoral; editor do blog Jornalismo menos sério, mais apaixonado.
  • Natalia Kertes N. da Silva: repórter colaboradora no canal Net Cidade.
  • Amanda de Oliveira Silva: repórter estagiária da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Praia Grande.
  • Maria Helena Vieira de Sousa: produtora da TV Record – Santos.
  • Antonio Marcos Santos da Silva: narrador e repórter colaborador do canal Net Cidade; narrador e repórter esportivo da rádio 99.9 (Jornal Gazeta do Litoral) - Praia Grande.
  • Letícia Henriques: editora, Grupo Massa de Comunicação - Curitiba (PR).
  • Almir Cardoso dos Santos Júnior: repórter do programa Painel da Cidade – versão rádio e TV da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cubatão; repórter da TV Pólo - Cubatão.
  • Danilo Navarro: repórter estagiário da Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Itanhaém.
  • Ana Lúcia Borges: repórter estagiária da Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Cubatão; repórter estagiária da TV Pólo - Cubatão.
  • Matheus Muller: repórter estagiário do Departamento de Marketing, Comunicação e Relações Corporativas (Marcorp) da Unimonte.
  • Rodrigo Lima: repórter estagiário da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET/Santos).
  • Jaqueline Silva: repórter e diagramadora do jornal Acontece - Cubatão.
  • Samuel Rigueiral: repórter estagiário do jornal O Conferente – Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do Porto de Santos.
  • Júlio César Chaves: assessor de imprensa do PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Cubatão.
  • Antonio Pereira: repórter – assessoria de comunicação - Prefeitura de Bertioga.
  • Paulo Dumiense: repórter - TV Tribuna.
  • Paola Viana: repórter - TVB.
  • segunda-feira, 14 de julho de 2008

    Projeto Rondon

    No ano passado, por estas horas, estavámos em Alto Paraguai (MT) participando da Missão Centenária do Projeto Rondon.

    Nossa equipe levou para aquela população de gente simples e generosa o que aprendeu na universidade e recebeu em troca um aprendizado inesquecível sobre cidadania e amor ao próximo.

    Abaixo, algumas das 700 fotos que troutemos como lembrança daqueles dias especiais.















    quinta-feira, 10 de julho de 2008

    Jornalismo prepara profissionais para todas as mídias

    Oito acordos de cooperação mútua, assinados nos últimos seis meses, permitem aos alunos do curso de Jornalismo da Unimonte atuarem com diferentes mídias, num processo idêntico ao exercido por profissionais. Todos visam à implantação e ao desenvolvimento de atividade de cooperação educacional, científica e tecnológica, voltada a ações em prol da transformação da sociedade e à integração do estudante de Jornalismo com o mercado de trabalho.

    Os universitários,além Complexo de Comunicação,onde são desenvolvidos oito produtos laboratoriais para diferentes mídias, têm ainda à disposição espaços em duas emissoras de TV, três emissoras de rádio; uma revista on line com software de última geração e um encarte impresso com tiragem de 10 mil exemplares.


    TV's


    Os trabalhos de videojornalismo e telejornalismo são apresentados em duas emissoras: na
    TV Pólo - Canal Comunitário de Cubatão, da Associação Cubatense dos Produtores de Vídeo Independentes de Cubatão e na TV Primeira, concessão da Prefeitura Municipal de São Vicente.

    Constitui-se objetivo específico desses dois acordos a produção jornalística de programas relacionados às atividades de organizações não-governamentais, instituições e entidades sociais e de benemerência, entre outras, sediadas em Cubatão, São Vicente e municípios próximos.

    As reportagens para TV Primeira tiveram início com a cobertura dos bastidores da encenação da 26º edição da Fundação de São Vicente, em janeiro último, por alunos voluntários. O foco foram centenas de pessoas que trabalham para que o espetáculo seja apresentado com êxito, como ocorre anualmente, há 25 anos.

    Os alunos foram coordenados pelos professores Arylce Cardoso Tomaz e Clóvis Vasconcellos. Hoje, o projeto, sob a coordenação dos professores Chrystianne Leite e Chrystian Godoi, envolve universitários de Jornalismo que desenvolvem conteúdos também para TV Pólo.

    RÁDIOS


    CBN, Cultura e 98 FM
    são as emissoras de rádio disponibilizam horários em suas grades de programação para veiculação de boletins e reportagens jornalísticas dos estudantes. Todo material produzido compõe o projeto Unimonte no Ar, que conta ainda com a participação dos estudantes de Rádio e TV.

    Juntos, os alunos produzem conteúdos radiofônicos específicos, divulgam o acervo da instituição, desenvolvem e veiculam produtos de campanhas institucionais de interesse público voltadas à orientação de projetos de cunho social; fazem a produção jornalística de programas relacionados às atividades de organizações não-governamentais (ONG’s), instituições e entidades sociais e de benemerência, entre outras. A coordenação dos trabalhos é da professora Valéria Vargas.

    SOFTWARE PARA REVISTA

    A revista Atitude, publicação on line do curso de Jornalismo, conta com moderno software de paginação que permite a leitura do conteúdo em formato paginado, semelhante ao que é oferecido por importantes jornais e revistas do país. Acordo com a empresa Virtual Paper Tecnologia para Documentos Eletrônicos permite ainda aos professores da Unimonte, publicação de artigos científicos em site específico.

    O acordo com o curso de Jornalismo da Unimonte é importante, pois alia uma universidade a uma empresa através do conhecimento tecnológico especializado. O projeto conta com orientação do professor André Luiz Ferreira na produção fotográfica, Sílvio Lousada na diagramação, Wellido Teles e Arylce Tomaz nos textos.

    BOLETIM OFICIAL DE ITANHAÉM

    O Espaço Unimonte oportuniza a publicação de matérias em encarte do Boletim Oficial da Prefeitura de Itanhaém. Mensalmente são distribuídos 10 mil exemplares do Boletim Oficial de Itanhaém, o que permite que as reportagens dos estudantes de Jornalismo sejam lidas, pelo menos, por milhares de famílias de Itanhaém e municípios vizinhos. O acordo, apesar de aberto a todos os alunos de Jornalismo, trás benefícios diretos aos universitários do curso residentes em Itanhaém.

    HISTÓRIA ORAL

    Uma parceria entre a Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS) e a Unimonte propiciará a criação do projeto História Oral, iniciativa que visa não apenas preservar a história do município por meio da gravação de entrevistas e depoimentos, como também valorizar a vivência de pessoas que ajudaram no progresso da cidade em suas áreas de atuação. Por meio da parceria, as duas entidades promoverão um curso de capacitação em história oral, destinado a estudantes e profissionais de Jornalismo, Rádio e TV, Turismo e demais interessados.

    A gravação dos vídeos e depoimentos para construção do acervo está incluída entre as atividades práticas previstas pelo curso, que será realizado no Complexo de Comunicação da Unimonte.

    Os encontros acontecerão aos sábados, sob a a orientação da historiadora Sônia Maria de Freitas, responsável pelo setor de história oral do Memorial do Imigrante (SP). Sônia, por sinal, já ministrou atividade semelhante na Unesp, Unicamp e em museus e centros culturais de diversas cidades do Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul.


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    quarta-feira, 9 de julho de 2008

    Domingo de Lazer 2008

    As crianças do bairro Vila Mathias foram presenteadas com muitas brincadeiras, atividades lúdicas, cachorro-quente, suco e pipoca. Para os adultos, houve procedimentos gratuitos na área da saúde, como aferição de pressão arterial, teste de glicemia e orientações para prevenção de doenças. Tudo realizado pelos alunos dos vários cursos oferecidos pela Unimonte, sob a supervisão dos professores e coordenadores, no dia 13 de abril.

    E os estudantes de Jornalismo estiveram lá para fazerem a cobertura.

    Confira algumas fotos